Maria Rita Caminhos Culturais
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Um delicioso fim do mundo – 3 Patagônia chilena

Um delicioso fim do mundo – 3 Patagônia chilena

Tem um grande peso em nossas experiências o estado de espírito do momento.

Quando fui a Patagônia chilena, acho que eu estava abençoada pois tudo o que senti foi um estado de êxtase com sentimentos muito intensos de alegria, prazer, admiração.

A sensação de pertencimento ao cosmo, a amplitude da paisagem, o lago, o horizonte distante, os campos, as montanhas, a neve, e para onde eu olhava não via ninguém. Estava só, mas não era solidão. Era empoderamento junto ao universo, vá entender. Me senti única. Me senti plena.

Puerto Natales, sul do Chile, é uma cidade portuária, as margens do canal Señoret, muita pequena, pouca gente, é a porta de entrada para o Parque Nacional Torres del Paine e porto para os barcos que percorrem os fiordes da Patagônia.

O passeio pelos fiordes é atordoante de tão lindo, a natureza indescritível, com cachoeiras (degelo das montanhas) com recantos que podemos desembarcar e caminhar sobre a neve naquele cenário mágico. É encantamento.

O que dizer do Parque Nacional Torres del Paine? Os adjetivos se repetem. Um passeio, de novo, maravilhoso em uma paisagem repleta de lagos, montanhas e as torres que dão nome ao parque. Este passeio foi coroado com um piquenique organizado pelo hotel em um lugar bucólico. Mas também neste passeio assisti pela primeira vez uma cena selvagem ao vivo. Dois lobos pegaram um cordeiro e o estraçalharam. Fiquei chocada. Esta cena ficou muito tempo na minha cabeça.

O hotel, ganhou prêmios de arquitetura, e é por fora, completamente integrado a natureza, quase passa desapercebido, mas por dentro era uma explosão de cores, mantendo a harmonia da proposta, com a decoração rústica requintada. Isto existe?

A coleção de ponchos e cerâmicas exposta em suas salas, nos revelavam um universo de trabalhos manuais e de arte, típicos do Chile.

Em um passeio que fizemos de barco encontramos atracado em um pequeno porto, em uma enseada, um catamarã e estacionado as margens um motor home. O guia explicou que pertencia a dois alemães que já estavam lá há 6 anos. No verão moravam no catamarã e velejavam pelos lagos, estreitos e fiordes. No inverno, moravam no motor home, e passeavam por toda a região. A vida é feita de escolhas.

Guardo na memória a paisagem que via da janela do meu quarto. Um campo com uma grama nativa, descabelada, o lago e as montanhas. E isto me acalma.