Ilhas

Ilhas fantásticas

Ilhas são um tema fascinante. Acendem uma luz e despertam interesse e curiosidade quando falamos nelas.

A definição é que é uma porção de terra rodeada por água por todos os lados, mas lembre-se, da mesma água. Não é ilha se de um lado é água oceânica e do outro,  água fluvial. E também não são flutuantes.

Uma das exceções são as ilhas do Lago Titicaca que são artificiais  e foram construídas para se isolarem das margens e protegerem seus  habitantes. São feitas de “totora”, planta   aquática comum na região.
Estas flutuam.

O tamanho também conta. O conceito que separa “ilha” de “continente” é uma convenção: até o tamanho da Groenlândia é ilha, maior que isso é continente, como a Austrália.

Quantas são? Se não há consenso de quantos países tem o mundo pois a ONU diz 193, o Comitê Olímpico Internacional, diz 206 e a FIFA reconhece 209, imagina se vamos saber realmente quantas ilhas tem o planeta. Claro que não.  Para complicar mais elas ainda são classificadas em ilhas lacustres, marítimas, vulcânicas, continentais, fluviais e artificiais. Há um estudo que há 18 mil ilhas no mundo com mais de 1km2 de área.

Vai saber! Mas são muitas.

Elas já foram na Idade Média vistas como misteriosas e assustadoras. Suas localizações imprecisas, em mares perigosos, povoadas por seres imaginários aumentavam as fantasias e endossavam lendas.

Elas também, por estarem distantes dos continentes, cercadas de águas infestadas por tubarões ou povoadas por serpentes e insetos foram consideradas ideais e seguras para funcionarem como prisões. Algumas se tornaram famosas, por serem bárbaras e desumanas ou pelos prisioneiros celebres que abrigaram.

Muitos livros e filmes foram ambientados em ilhas. Em alguns, as ilhas são protagonistas como as aventuras ou desventuras do Robson Crusoé, de Daniel Defoe. Em outros, elas figuram como cenário.

Não podemos deixar de comentar as ilhas paradisíacas ou românticas que povoam os nossos sonhos. Elas viram objeto de desejo porque o mar é cor de turmalina e transparente, por seus bancos de areias alvas, por suas casas caiadas de branco, por seus resorts, seus bangalôs, seus climas…

Tudo é maravilhoso e convidativo principalmente para se viver romances. Ali, o cenário está garantido e joga a favor. Até quem não está apaixonado se apaixona.

Tem as ilhas que são paraísos fiscais. Mas aí é outra história.
Tem, também, as ilhas particulares pelas quais suspiramos.
Tem ilhas desertas e tem ilhas com uma expressiva densidade populacional, como Manhattan.

E a pergunta “que livro levar para uma ilha deserta? Isto presume que uma ilha deserta simbolize calma, descanso e ambiente propício para a leitura. Depois da quarentena, tenho minhas dúvidas, mas é um bom exercício para refletir sobre escolhas e prioridades.

Já visitei algumas, quero falar sobre elas e tenho muito a dizer.

Não visitei ilhas de piratas e consequentemente não achei os seus tesouros.

Mas achei outros e vamos falar disso ainda. Adoro ilhas.

Ilha da Páscoa

Todos nós, penso eu, já tivemos oportunidade de estar em uma ilha, seja pequena ou grande. Mas a Ilha da Páscoa é diferente. É um destino misterioso e emocionante. Talvez porque ela seja o ponto mais remoto do planeta e pela presença dos Moais.

Está situada entre o Chile e a Polinésia, no Oceano Pacífico, distante 3.700km da costa do Chile, que é a terra mais próxima. Sabiam que ela é uma província chilena? E sendo assim, também a última fronteira a oeste da América do Sul?

A ilha é de formação vulcânica, de formato triangular.

Podemos ir de avião ou de barco. O aeroporto atual tem uma pista de 4 km, que atravessa a ilha de leste a oeste. Ela foi construída pela NASA para pousos eventuais de ônibus espaciais, e também por ser um ponto estratégico. Pode receber aviões de grande porte, e ser usada em caso de pouso de emergência por aviões que atravessam o Pacífico.

Foi habitada por uma civilização polinésia há cerca de 2.000 anos, mas descoberta pelos europeus em 1722 quando um explorador neerlandês Jacob Roggeveen atravessou o Pacífico e desembarcou na Ilha num domingo de Pascoa, daí seu nome que permanece até hoje.

O nome original foi “Te Pito O te Heuna” que significa “ umbigo do mundo”. Depois foi “Rapa Nui” ou “Ilha Grande”.

Rongorongo em (Rapa Nui) é um sistema de  glifos descoberto no século XIX  que parece ser uma escrita.
Foram encontrados em tabletes feitos de pedaços irregulares de madeira e nunca foram decifrados.

Há lojas com artesanato e suvenires em madeira que me fascinaram. Entre eles as réplicas destas tabuletas e dizem que se decifrar vai saber onde está escondido um tesouro. Eu comprei uma e tenho tentado.

Tem muitos pontos turísticos para visitar na ilha. Pode se visitar os três vulcões inativos (Rano Raraku, Rano Kau e Poike). As crateras são acessíveis e incríveis. Podemos ir a duas praias de areia (Anakena e Ovahe).

A missa de domingo atrai turistas por causa das músicas e instrumentos locais que acompanham a celebração.

Mas o que realmente nos leva até lá?

Eles, os Moais.

Moais são figuras míticas, gigantes de pedras. Têm cabeça e tronco e em média 4 metros de altura e pesam    toneladas. Acreditam que são vestígios deixados pela civilização polinésia.

A tradição popular diz que eles representam os antepassados, ancestrais sábios que após a morte tem poder espiritual e protegem os seus e suas tribos. Eles são colocados de costa para o mar para ficarem olhando os seus protegidos. São em número de 900.

É impressionante.

Estar na ilha é muito bom e ela é muito bonita. A paisagem
e o mar infinito  te  dão a sensação de grandeza e pequenêz ao mesmo tempo. De repente o mundo fica do tamanho daquela ilha e estranhamente completo.

Mas o que é bom para alguns não é bom para outros. Quando estávamos na Ilha, uma amiga se conscientizou o quanto estávamos isoladas e começou a ter um início de pânico. Conversamos e a tranquilizamos.

Ela se acalmou e resolvemos dar uma volta. Três quadras depois, em uma esquina, havia uma placa que dizia:
”Em caso de tsunami corra para cá.”  Tudo de novo.